Quando nos morre um familiar, ou outra coisa dolorosa acontece connosco, uma das primeiras perguntas que nos surge é... "porquê"?!, "como" é que isto nos foi acontecer? Porquê ele, porquê ela, como foi isto acontecer? São perguntas legítimas, indignadas, próprias de quem é apanhado(a) de surpresa.
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São perguntas compreensíveis, mas nem por isso são as mais importantes. Mais que o "porquê" e o "como", as perguntas que nos ajudam a sermos pessoas melhores e que nos deixam reagir construtivamente a uma situação são o "para quê?" e o "o que posso aprender daqui com isto?"
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Quando morre o avô. Morreu de cancro (o como), porque fumava muito (o porquê). São perguntas fáceis de responder, e não aliviam a perda. Mas se pensarmos nos ensinamentos e momentos bons que nos deixou, se reflectirmos sobre aquilo que a vida deste que partiu nos pode servir como exemplo para sermos melhores e, quem sabe, se realizarmos algum sonho ou trabalho que ele deixou incompleto por cá, talvez nos sintamos melhor. Se soubermos que o avô está vivo no Céu e na nossa memória, o luto fica mais agradável e simples de se fazer. Nem é questão disso... fica mais perto da verdade.
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Não quero reduzir a pó a importância do "porquê" e do "como"! Nada disso, nem tanto ao mar nem tanto à terra. Apenas penso que a nossa era positivista e tecnicista nos põe a pensar e a agir de formas demasiado cientistas, frias - e a vida não é, definitivamente, só "ciência".
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AVC
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