6 de Abril

Era uma vez uma rapariga que estava presa a glórias e tristezas do passado. Um dia apareceu-lhe a morte e só aí reparou na quantidade de anos em que apenas existiu sem ter vivido. Passou-lhe pela cabeça também todas aquelas tentativas de a resgatar, sem sucesso. O passado vivido já se tinha tornado tão encantado e irreal, que era demasiado grande para uma pessoa de carne e osso lhe fazer frente. "Se ao menos me tivesse desfeito daquele Adamastor...", pensava a rapariga, "e preferi amá-lo e assim ficar... que desperdício! Para alá do Adamastor havia tanto mar, tanta terra, tanta vida...". Pois é. E novos mundos, maiores ainda que os conhecidos! Houve quem pelos novos mundos ficasse, e houve até quem de lá voltasse coberto de glória. E a rapariga, por estar presa ao Adamastor, por ali ficou, em plena tempestade, a ver passar os navios... Se tiveres presa(o) a algum Adamastor do passado que sabes que te faz mal e não te deixa seguir em frente, enfrenta-o! Podes vencê-lo! Não podes é ficar à espera que alguém forte te liberte... o teu drama já é tão grande que um forasteiro sozinho não o resolve. Parte de ti enfrentar o Adamastor. Podem ajudar-te, mas só tu, com a força de vontade que ganhaste, é que poderás dar-lhe o golpe final. E aí, aí cara(o) amiga(o), só aí dirás com toda a convicção: hoje, todas as minhas Tormentas se tornaram Boas Esperanças!

AVC