a arte de Cristo

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

23 de Outubro

É com desagrado que noto que ultimamente tem voltado à ribalta a questão da Missa ser celebrada ou não em latim, e com que ritual: à maneira do Vaticano II, ou à maneira anterior. A Igreja precisa, de tempos a tempos, de rever a sua forma de estar no mundo e de se encontrar com as pessoas, contudo nunca renunciando às verdades fundamentais transmitidas por Jesus, e sobre as quais a Igreja Católica assenta desde sempre. É necessário saber-se viver no mundo para melhor levar a Palavra e a Vida de Jesus a todos, e por isso a Igreja actualiza-se. É isso que tem feito, e o Vaticano II é um bom exemplo disso.
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Será a forma (ou reforma) da Missa prioritária? Desde que o conteúdo fundamental não mude, claramente não é prioritária. Jesus não falava latim, falava aramaico. Voltar ao latim, nesta perspectiva, não é voltar a Jesus. E quanto a mim, voltar ao aramaico também não. É importante que a Eucaristia seja uma celebração compreendida por todos, e bela. É pela cabeça e pelo coração que as pessoas se convertem: com conhecimento da verdade e com vontade de a ela aderir, repectivamente. A Eucaristia deve incentivar ambos os movimentos, apresentando o milagre da transubstanciação da forma mais digna e inteligível. Deus merece, e mais que isso: não esquecemos que Ele veio para nos salvar.
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Pode ser que um dia o Papa, na sua sábia consciência, resolva que voltar às Missas em latim é a actualização certa que a Igreja precisa. E também pode ser que não. Mas, quanto nos importa isso? É de muito relativa importância. Estamos a sobrevalorizar a questão! Facções na Igreja, que se brigam com tanta veemência, deviam pôr as mãos na consciência e ver o que estão a fazer. O importante é que não nos desliguemos das origens da Igreja, que nos actualizemos sempre respeitando os 10 mandamentos e a Bíblia, principalmente o Novo Testamento! Isto sim é essencial! É isto que decerto acontecerá, como foi o que aconteceu até agora.
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A Igreja compõe o Corpo Místico de Cristo. Nós somos Igreja. Que nenhum membro se separe do corpo só porque a vestimenta não é do seu agrado. Fazer parte da Igreja não é uma questão de modas, gosto/não gosto, mas sim de profundidade. Ser-se cristão é mergulhar as raízes da nossa fé em Cristo, e é este amor no Espírito Santo que nos une enquanto irmãos e enquanto Igreja que somos. Não separe o homem o que Deus uniu - também aqui vale esta máxima de Jesus. Se não construímos, destruímos. Há que perceber que remamos todos para o mesmo lado: viver em Deus e trazer outros a este convívio que nos salva.
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AVC

2 comentários:

Era uma vez... disse...

AVC,

estou em Erasmus em Liège, Bélgica! Uma das minhas principais missões desde que cheguei foi obviamente encontrar uma Missa ao domingo! Para meu grande espanto a primeira Missa que vou, no primeiro domingo que cá estou, foi mesmo uma Missa em Latim...

Fica a 2 minutos da residência onde estou...

Sempre tive uma curiosidade imensa de ir a uma Missa em Latim, e agora tenho apreciado essa beleza!

É fácil entender? Confesso que não! Primeiro a língua, mas não há nada como um MIssal com tradução em francês. (até entendo melhor o latim :p)! Segundo o próprio ritual/rito é um pouco diferente!

Mas que importa?! Não é Jesus que se torna presente no meio de nós na Consagração? Seja a Missa em Latim seja em português seja em que língua for?

Se o nosso querido Papa Bento XVI decidir que as Missas passam para Latim, assim seja! Será nesse momento a vontade que Deus também para connosco!

Mas o mais importante mesmo, é o verdadeiro significado da Santa Missa, a presença real e concreta de Jesus no meio de nós!

Um grande beijinho

CristalizArte disse...

Inês! Há que tempos que não davas notícias. Espero que esteja tudo a correr bem contigo! Realmente, a missa em latim pode ser muito bonita, eu também aprecio quando é celebrada com fé e dignidade. Um beijinho e que tudo corra bem! Continua a aparecer, que és sempre bem-vinda.

AVC