a arte de Cristo

domingo, 27 de abril de 2008

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Neste dia, seria politicamente correcto abordar o tema da liberdade. No entanto, eu não tenho a pretensão de ser politicamente correcto, e entendo que há outras datas que celebram melhor tal dom. Assim, deixo essa questão para outros dias, e falo daquilo que nos atrai. Por vezes, o que nos atrai, trai. Esta é uma premissa que a meu ver é mais profunda que o mero jogo das palavras nos possa fazer crer. Deus fez pessoas e coisas belas, para que nós nos sintamos mais amados nesta casa que temporariamente habitamos. É normal ficarmos deslumbrados com tanta beleza, e por vezes até nos esquecemos de Deus, que apesar de tudo está ali tão presente. Penso que Ele nem nos leva muito a mal por isso. No entanto, o coração educado rapidamente recupera a lucidez e consegue relembrar que admirar tão bela criação só faz pleno sentido se de facto nos aproximar do Criador. Assim, qualquer cravo pode ser belo, por mais encarnado que seja. Agora brinco, falando sério. Mas realmente, tudo o que é belo, naturalmente nos impele a louvar o Senhor pela maravilhosa obra criada, e a agradecer-Lhe por nos amar tanto. Somos atraídos pela beleza que nos rodeia. E é por essa razão que o mafarrico tanto armadilha as pessoas e coisas bonitas, tornando-as tantas vezes perigosas, frequentemente sem se darem conta e, outras vezes, mesmo sabendo. Se não tivermos cuidado, caimos na esparrela de nos fascinarmos com tal cegueira pelo belo, que nos tornamos obsessivos no sentimento de rapidamente o adquirir. Nesta altura, há que pedir ao Espírito Santo ajuda para ordenarmos os sentimentos e paixões no coração, de maneira a alcançar a paz necessária para discernirmos qual a acção que neste momento será o bem maior. Tudo o que esteticamente se afigura de belo, pode ser enchido de ordenadas acções que valorizem ainda mais a sua beleza. Quando nos deparamos com o belo, a resposta não deverá ser tomada ao mais básico nível que é o automático "apeteceu-me e fiz, pronto.". Estamos a tratar de coisas (e pessoas!) que são casos sérios de criação posta à nossa disposição para nos aproximarmos mais de Deus. E se não nos aproximamos d'Ele, d'Ele nos afastamos. Quase tudo pode ser objecto de pecado ou instrumento do bem: depende da forma como encaramos a nossa relação com as pessoas, ou a acção com as coisas.
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AVC

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