a arte de Cristo

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

15 de Outubro

Não sou ambientalista radical, nem daqueles fariseus descerebrados que lutam pelo torto direito ao aborto mas contra as touradas já são, porque "coitados dos touritos". Nada disso, sou da opinião que os animais e as plantas foram criados para servir o homem: na bela envolvência, sendo comida, bebida e motores de oxigénio e de vida. Como tal, o homem no mundo pode usar aquilo que o rodeia para as suas necessidades, porque o propósito da criação foi esse, mas claro que deve também respeitar a Natureza, para que esta se encontre em bom estado para igualmente (ou melhor ainda) servir as gerações vindouras. Então, não sou ambientalista radical porque em ordem de importância não ponho as plantas e os animais à frente do homem, antes pelo contrário. Mas sei que devemos respeitar e cuidar a Natureza, pois apesar de estar à nossa disposição, ela não é nossa. É como se fosse um livro emprestado: podemos lê-lo na sala ou no quarto deitados, ou no jardim, e ler as páginas que quisermos, da maneira que quisermos (com música, sem música...) e deixar outras por ler, as que não nos inspirarem na leitura. No fim, o livro há-de voltar ao dono, ou há-de servir a outro a quem o dono empreste para dele fruir. Também assim é o mundo: algo que nos foi emprestado para usarmos e administrarmos como quisermos, dentro dos limites da razão e tentando protegê-lo da ganância e outros desastres pelo homem provocados, como a inestética (as selvas de betão), a crueldade (onde pessoalmente não incluo a tourada, mas onde claramente incluo a despropositada tortura de um animal), a excessiva e incauta poluição, entre outros de semelhante género. O ser humano é administrador do mundo, das coisas do mundo. Não somos donos do mundo, e não nos podemos nem devemos considerar tal.
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AVC

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