a arte de Cristo

domingo, 5 de outubro de 2008

26 de Setembro


Recebi agora um e-mail intitulado "a curva do sucesso", que trazia anexada esta imagem, assim, só. Este podia ser um daqueles muitos e-mails que por aí circulam, dizendo alarvidades que provoquem riso fácil. Mas infelizmente, não é só isso. Uma das doenças da educação moderna está aqui bem ilustrada - a cultura do sucesso. O modo de vida que se segue na nossa sociedade é o da cultura do sucesso, do carreirismo, do subir na vida a todo o custo, ter prestígio, ter dinheiro, ter, ter, ter. Mas, se olharmos para o exemplo de Jesus, é um exemplo radicalmente contrário, quase simétrico, ao politicamente correcto e ao socialmente aceite da actualidade. O percurso de Jesus não é ascendente (de subir na vida) mas descendente: Deus humilhou-se fazendo-se homem, e mesmo enquanto homem não parou de se humilhar. Jesus pediu a ricos e a cobradores de impostos que largassem tudo, incluindo as suas carreiras, para O seguirem. Quando fazia milagres, Jesus não procurava o prestígio (muitas vezes pediu que nada do que se passava se contasse), mas mostrar a quem estava ali que ele tinha autoridade nas matérias que ensinava, pois enquanto Deus era (é!) o autor. Jesus combatia a vaidade a que alguns chamam prestígio. Quanto ao dinheiro, que está no topo desta "curva do sucesso", Jesus diz claramente: não se pode servir a dois senhores!, não se pode servir a Deus e ao dinheiro! Esta curva, nada esconde, não tem vergonha nem pudor. Antes, ainda se dizia "fazer amor", agora já nem isso, a expressão usada é clara e inequívoca: "fazer sexo". O topo da curva é dominado pelo materialismo: fazer sexo, ter dinheiro. Felizmente, aos 10 anos e aos 70 (a segunda infância), persistem os amigos. Valha-nos isso. Jesus, que sabe como era e é o mundo, dizia "vinde a mim os pequeninos". Sabia Jesus, como a ignóbil imagem por acaso até mostra, que é nestas idades que por natureza estamos perto da pureza e da salvação. Para nos salvarmos, temos de ser amigos. Pois, é isso, "ser" e não "ter". A imagem grita-nos "ter, ter, ter"! Jesus indica-nos outro caminho para o sucesso: "ser, ser, ser"! E não é "ser" qualquer coisa. É ser com autenticidade! Mas isso, é outra história.
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AVC

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