a arte de Cristo

sábado, 19 de julho de 2008

9 de Julho

O sentido de justiça e injustiça é uma grande ajuda que temos para fazer o certo, e mesmo para tentar perceber o que será que Deus nos pede em determinada altura. No entanto, às vezes pode ser traiçoeiro. Em psicologia estuda-se um fenómeno denominado "free rider effect": querer gozar dos direitos sem cumprir com as obrigações. "Pobre de mim, tão injustiçada que sou, tanta injustiça que tenho que aguentar..." é tão mais fácil reparar nas injustiças que nos prejudicam do que aquelas que nos beneficiam. É tão mais fácil sermos vítimas e coitadinhos do que sermos agradecidos, e reconhecermos que temos muito mais do que aquilo que merecemos! Sofri uma injustiça - e por acaso não sou eu infinitamente mais injusta e miserável para com Deus? Que eu aguente essa injustiça com alegria então! E mesmo tratando-se de outra pessoa... ela foi injusta comigo? Quantas vezes não a terei eu também magoado, e essa pessoa, por gostar de mim, ficou calada e aceitou a minha injustiça para com ela com amor? O amor (para com Deus e os outros), na minha opinião, não deve pedir contas, em jeito de cá se fazem cá se pagam. Deve dar, e dar sempre mais, e se for preciso sofrer e engolir sapos, pois que seja! Se se fizer reparar a injustiça que o outro está a cometer, que se faça de modo construtivo e amoroso, e não sem antes reparar nos disparates que nós próprios fazemos.

MRB

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