a arte de Cristo

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

9 de Dezembro

A morte é difícil de entender. Quando vivemos a morte de alguém que nos é próximo, pode servir para nos afastar de Deus (Porque é que Ele permitiu isto?!) ou para nos aproximar. Afinal, se quem morreu nos era querido e está no Céu, então é mais alguém que temos a interceder por nós todos os dias. Há um certo reformular da relação que tinhamos com quem morreu. É que junto com o corpo da pessoa que morreu, morre também o seu lado mau, os seus defeitos - sobram só as qualidades, o lado bom em todo o seu esplendor. E quando realmente amamos quem morreu, então a pessoa torna-se ainda mais presente nas nossas vidas do que antes. Então descobrimos que sabemos o que aquele que perdemos iria achar deste ou daquele assunto, ou que género de coisas diria em determinados momentos. Passamos a estar mais protegidos, e pode cair o mundo contra nós, não faz mal porque não estamos sozinhos - Já tinhamos Jesus, Maria, o nosso Anjo da Guarda, e todos os santos do Céu. E agora temos esta pessoa que gosta tanto de nós, e que viveu connosco também fisicamente e a quem nós conhecemos sob um ponto de vista terreno. Sente-se a presença e a protecção. Não é por isto que se deixa de ter saudades. Será que a falta da pessoa vai doer toda a vida? É bem capaz. Temos o consolo que quem perdemos, e se acreditamos que está no Céu, está melhor. Temos o consolo que a relação que tinhamos não morreu.
Então, se quem morreu está no Céu, está com Deus... isto acaba por reforçar a minha Fé! Pois torna-se mais óbvio que existe vida após a morte, Céu, Deus, Jesus! Assim cresce a Fé, no sofrimento.
MRB

2 comentários:

Bruno Alexandre disse...

Boas!
Não queria deixar passar a oportunidade de deixar o meu testemunho sobre este assunto e sobre a forma como o vivi.

A morte é algo que todos desejamos evitar e ver bem longe de nós, é um paradigma, porque se por um lado dizemos que caminhamos para Deus, por outro lado levamos toda uma vida a adiar esse encontro com Cristo. Não deixa de ser menos verdade que o homem tem medo e receio de tudo aquilo que desconhece, também é verdade que ninguém voltou cá para contar como foi.
Mas para os que crêm e apesar da imensa dor que a separação nos possa trazer, concordo com MRB, deveriamo-nos sentir mais protegidos porque esses que nos precederam, intercedem por nós junto de Jesus, e eles mais que ninguém (excepto Maria Santíssima), porque foram das nossas relações de amizade ou familiares percebem as nossas necessidades.
A morte de um pai, avó, primo ou amigo, deita por terra todas as nossas forças, contudo também nos recordam que a nossa vida é uma simples passagem, onde aprendemos a amar. Recorda-te ó homem que és pó e ao pó has-de voltar, diz-nos na Bíblia. Esta recordação deve-nos voltar para Deus para tudo o que é intemporal, a Caridade.
Quando partimos tudo acaba, acabam as dores, o tempo, a esperança, a fé, apenas fica a caridade como nos diz São Paulo.
E a melhor forma de estar em comunhão com os que já partiram é através da oração. Rezar por eles porque também eles rezam por nós. A forma como vivi a separação de ente queridos foi dificil, nas senti sempre a sua presença nos momentos mais difíceis, e agradeci-lhes por me terem ajudado quando mais precisei, quando não sabia o caminho, quando tinha dúvidas.
Desafio-vos a rezar um Pai Nosso por todos os que já partiram, especialmente aqueles e aquelas que não têm quem reze por eles, e um dia encontramo-nos-emos todos na Jerusalem Celeste para louvar eternamente o Cordeiro.

Um abraço,

CristalizArte disse...

Olá Bruno:)
Desculpa esperares tanto tempo por uma resposta ao teu comentário, mas isto até 19 de Dezembro, para quem estuda, não esteve fácil:P
Gostei bastante do que aqui escreveste, bem como do desafio!
"Recorda-te ó homem que és pó e ao pó has-de voltar, diz-nos na Bíblia. Esta recordação deve-nos voltar para Deus para tudo o que é intemporal, a Caridade. "
E acho essa parte especialmente importante. Fica a caridade, tudo o resto desaparece - e por isto, todos os dias são optimos para serem dias de Natal!
Um beijinho e um Santo Natal, e que saibamos deixar Jesus (re)nascer em nós:)

MRB