a arte de Cristo

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

30 de Dezembro

O ano está a chegar ao fim. Que é como quem diz, está a chegar ao princípio. A festa do fim de ano é algo pagã. Não no sentido de adorar outros deuses ou algo do género(ainda que alguém assim o fizesse, penso que um cristão pode comemorar o ano novo de uma forma cristã) mas apenas no sentido que não é uma festa com a mesma dimensão cristã como o Natal. Ainda assim, o ano novo pode-nos ajudar a pensar em algumas coisas. A pensar no passado, no presente e no futuro. Pessoalmente, poderia pensar nestes três tempos desta maneira:

Passado: Que me aconteceu neste ano que passou? O Que é que andei a fazer? Fiz alguma coisa de útil ao mundo? Que bem é que deixei de fazer? Como é que evoluíram as minhas lutas? A pergunta mais importante de todas: Estou mais próxima de Deus?
Presente: O passado é mais ou menos como uma ilusão real que deixou as suas consequências (boas e más). O presente, porém, é o único tempo que realmente existe. É aqui que eu posso mudar ou conservar alguma coisa. Não é preciso esperar pelo dia 1 de Janeiro para começar a melhorar-me, para me despedir dos meus vícios. Contudo...:
Futuro: Ano novo, novo ânimo para lutar! É fácil entusiasmarmo-nos e passado pouco tempo tudo voltar ao mesmo, é verdade. Mas também é verdade que sem entusiasmo é muito mais difícil fazer seja o que for. Como uma onda que leva um surfista (perdoem-me os leitores se forem surfistas, e se eu estiver a dizer algum disparate, mas não percebo nada de surf). O que quero dizer é que tanto podemos conseguir vencer lutas pessoais a 31 de Dezembro como a 1 de Janeiro. Se a 1 de Janeiro temos o entusiasmo geral a contagiar-nos...bem, olha, é aproveitar!
Aqui chegamos ao novo princípio!

É Natal todos os dias, porque Jesus pode nascer em nós todos os dias. É ano novo todos os dias, porque também todos os dias podemos começar uma nova luta por nos melhorarmos!



MRB

2 comentários:

Alma peregrina disse...

Cara MRB:

Sem querer deturpar o seu post (que está muito bem escrito e, de facto, toca alguns pontos bastante importantes como "ser Natal todos os dias" e "ser Ano Novo todos os dias" significando que temos de nos renovar sempre) devo dizer que discordo de uma parte...

O de afirmar uma certa paganização do Ano Novo, em oposição à cristandade do Natal. Não é verdade! Devemos recordar que o dia 1 é dia santo, em que se celebra a Maternidade Divina de Maria!



Li certa vez um artigo que afirma que o calendário "secular" é quase o mesmo do calendário religioso, com um certo desfasamento.


No calendário "secular" temos uma época festiva natalícia que começa mal acaba o Halloween (e que, por vezes, já se faz sentir em meados de Outubro). Após o dia 25, entramos numa preparação para o Ano Novo, que é uma espécie de ritual de passagem...

Ora, no calendário religioso temos, de facto, uma época festiva natalícia que começa dia 25 (ou 2
4, se preferir) e que termina na Epifania. O ritual de passagem ocorre na Páscoa (que significa, precisamente, "passagem").

A diferença encontra-se no Advento, que não existe no calendário "secular" porque é uma altura de penitência e a penitência não é bem vista no mundo moderno (note-se que o calendário "secular" também não inclui a Quaresma, embora inclua o Carnaval). Por isso, o calendário "secular" substitui a penitência do Advento pela Festa do Natal, antecipando o ritual de passagem para o Ano Novo.

Em súmula, apenas é impossível não celebrar o Ano Novo de uma forma cristã se estivermos demasiado imbuídos do calendário "secular". Pelo calendário religioso estamos em plena festa cristã (a 2ª maior do calendário litúrgico).

Pax Christi

CristalizArte disse...

Alma peregrina!
Só tenho a agradecer, a ajuda para olhar para o ano novo dessa maneira! Obrigada pela correcção:)

MRB